A nutrição além dos nutrientes

Tecnologia, capacitação e gestão como base da eficiência
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Nos confinamentos, a reposição costuma representar a maior parcela do custo total, variando entre 60,0% e 70,0%, enquanto a nutrição responde por cerca de 20,0% a 30,0% do custo da operação.

Esse peso financeiro coloca a gestão da dieta no centro das decisões estratégicas de sistemas intensivos. O desempenho depende da interação entre formulação, manejo alimentar, organização das rotinas e ajustes de acordo com a realidade de cada propriedade.

Em 2025, 85,9% dos confinamentos entrevistados pelo Confina Brasil declararam contratar algum tipo de consultoria ou assessoria, evidenciando o amadurecimento da gestão e a busca por mais eficiência técnica e econômica. Entre essas propriedades, a nutrição segue como a principal frente de apoio, presente em 88,0% das operações que contam com consultoria.

Nesse contexto, a integração entre formulação, execução e monitoramento de dados estabelece uma base sólida para sistemas alimentares mais consistentes, onde o desempenho é guiado por informação técnica.

A tecnologia nos permitindo enxergar mais longe

O avanço da pecuária intensiva no Brasil tem sido impulsionado por soluções que aproximam tecnologia e gestão, ampliando a “visão do negócio” e permitindo enxergar mais longe, antecipando cenários e decisões.

Nesse movimento, suporte técnico e ferramentas que aumentam a previsibilidade do desempenho da atividade se tornam cada vez mais valiosas.

Nos confinamentos visitados em 2025, tecnologias de automação e softwares de gerenciamento, como o Cargill® Feed Tracer e o Cargill® Feed Manager, ganham protagonismo. Essas ferramentas aumentam o controle sobre processos e indicadores nutricionais e operacionais, facilita o monitoramento diário e sustenta decisões baseadas em informações concretas.

O Cargill® CattleView foi outro destaque na edição de 2025. A plataforma integra drones, visão computacional e inteligência artificial para monitorar e compilar informações de consumo, fornecimento de ração, leitura de cocho e desempenho por lote.

Dentro dessa solução, destaca-se também o IBC (Índice de Bem-Estar Cargill) uma métrica que avalia comportamento, níveis de estresse, qualidade das estruturas e até questões relacionadas ao acesso à água. Ao reunir esses indicadores em tempo real, o sistema permite acompanhar o comportamento dos bovinos, detectar irregularidades com agilidade e apoiar decisões que elevam o bem-estar, a eficiência biológica e, consequentemente, a produtividade da operação.

A leitura de cocho, prática realizada diariamente em 97,8% dos confinamentos avaliados em 2025, ganha eficiência com ferramentas como essa. Um único voo de drone é capaz de monitorar todo o confinamento, registrando sobras, falhas de fornecimento, padrões de comportamento, aspectos de bem-estar e até problemas no abastecimento de água.

O processo funciona de forma simples e padronizada: em horário pré-definido, o drone realiza um voo autônomo programado para captar imagens aéreas. Essas imagens são enviadas automaticamente à plataforma online, onde a inteligência artificial processa e transforma os registros em indicadores por lote, organizados em relatórios operacionais.

Toda a operação pode ser realizada por qualquer colaborador previamente instruído, sem necessidade de pilotagem manual.

A tecnologia já está presente em diferentes confinamentos do país, apoiando confinadores na organização da rotina e na regularização de processos.

Valorizando o maior ativo da propriedade: as pessoas

“Mais do que contratar, o desafio é capacitar e reter equipes”

Ainda que a tecnologia permita enxergar mais longe e gerir com mais precisão, ela só cumpre seu propósito quando encontra equipes preparadas para aplicá-la.

Por trás das plataformas existem pessoas que executam as rotinas, interpretam os dados e garantem que as informações se transformem em resultados.

Nesse contexto, a expedição evidencia que a gestão de pessoas segue como um dos principais gargalos porteira adentro. Em 2025, 80,4% dos confinamentos entrevistados apontaram a mão de obra como o maior desafio.

Como principais obstáculos, a capacitação aparece como o segundo maior entrave, atrás apenas da dificuldade de contratação.

Segundo o relatório Crise de mão de obra no campo, o envelhecimento da população rural (Embrapa, 2024), a falta de qualificação e as condições de trabalho pouco atrativas dificultam a contratação e a permanência de colaboradores no agronegócio. A agricultura, por ser mais tecnificada e bem remunerada, absorve boa parte da mão de obra qualificada disponível, agravando a escassez na pecuária intensiva.

Nesse cenário, fornecedores e prestadores de serviço têm desempenhado papel cada vez mais relevante, oferecendo não apenas produtos, mas assistência técnica e capacitação dentro das fazendas.

O programa Nutron Ensina, por exemplo, disponibiliza conteúdos práticos sobre manejo alimentar em treinamentos presenciais e por meio de plataformas digitai. O objetivo é reforçar a padronização e ampliar o entendimento das etapas que compõem a alimentação em sistemas intensivos, capacitando a mão de obra para, assim, gerar impacto sobre o desempenho da atividade.

Ajustes simples, quando bem compreendidos e executados de forma consistente, aumentam a previsibilidade dos resultados e promovem maior eficiência operacional.

Olhar para o futuro com colaboração e propósito

Os dados do Confina Brasil 2025 reforçam o avanço da profissionalização nos sistemas intensivos. Nas propriedades visitadas, observa-se maior adoção de práticas de gestão, organização das rotinas, uso sistemático de dados e integração entre equipes.

Segundo os técnicos da expedição, essa cultura empresarial tem ganhado espaço no campo. Quando as equipes entendem a importância de uma nutrição bem estruturada e de um manejo executado com precisão, os impactos se refletem tanto no desempenho dos bovinos quanto na regularidade operacional da fazenda.

Para Nathália Coelho, marketing para bovinos de corte da Cargill, o futuro da pecuária depende do equilíbrio entre ciência, tecnologia e pessoas:

“Para a pecuária seguir sempre em frente, é necessário olhar para trás para lembrar de onde viemos e aprender com nossos erros e acertos. Mas, principalmente, é preciso definir aonde queremos chegar e com quem estaremos nessa jornada. O futuro demandará cada vez mais trabalho conjunto.”

Com inovação, pesquisa e presença contínua em campo, a Cargill Nutrição e Saúde Animal — parceira do Confina Brasil desde sua primeira edição — mantém seu compromisso de impulsionar a eficiência e a sustentabilidade da pecuária brasileira, transformando nutrição em resultados.

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