O manejo nutricional envolve toda a cadeia pré e pós-colheita e depende de processos de armazenagem capazes de preservar a integridade dos alimentos. Um armazenamento adequado reduz perdas, limita a ocorrência de micotoxinas e outros agentes que comprometem o valor nutritivo e a sanidade dos bovinos, além de influenciar diretamente a logística interna da operação.
No Brasil, o déficit de armazenagem estática supera 120 milhões de toneladas (Conab, 2025). Nas propriedades, esse cenário se reflete em gargalos operacionais e logísticos que exigem planejamento organizado e alternativas que garantam oferta de alimento ao longo de todo o ciclo produtivo, reduzindo a exposição dos produtores à oscilação do mercado.
É nesse contexto que soluções de armazenagem flexíveis ganham destaque.
Estabilidade da base nutricional
A silagem cumpre papel central na nutrição de bovinos em sistemas intensivos. Como as dietas são compostas majoritariamente por grãos e concentrados, a fibra efetiva assume função essencial na digestão e na saúde ruminal.
A produção própria de silagem já é uma realidade consolidada: segundo o Confina Brasil 2025, 93,9% dos produtores fabricam sua própria silagem e apenas 6,1% adquirem o insumo de terceiros. A silagem de milho predomina, seguida pela de capim e, em menor proporção, pela de sorgo.
A qualidade final depende de fatores como compactação e vedação, controle de umidade e tamanho de partículas, pontos que determinam as perdas fermentativas e a estabilidade da silagem até o momento do uso.
Ainda assim, a conservação eficiente continua sendo um dos grandes desafios da pecuária intensiva, afetando a base da cadeia que sustenta o desempenho dos animais.
No levantamento do Confina Brasil 2025, se destacaram como principais pontos críticos: entrada de ar nos silos, compactação inadequada e falta de mão de obra capacitada, todos com impacto direto na disponibilidade e estabilidade do alimento produzido.
A escolha do sistema de armazenagem exerce influência direta sobre as perdas ao longo de todo o processo.
Um comparativo apresentado nos encontros do No Rastro da Pecuária 2025, iniciativa da Scot Consultoria em parceria com o Confina Brasil, mostrou diferenças significativas entre silo trincheira e silo-bolsa em eficiência de conservação e retorno econômico.
No estudo apresentado, o silo trincheira apresentou perdas totais de cerca de 23% entre as etapas de colheita, compactação, armazenamento e retirada. As perdas decorreram principalmente devido à maior exposição ao ar, dificuldade de compactação e risco de infiltrações. Já o silo-bolsa reduziu essas perdas para 7%, graças ao ambiente hermético, que minimiza a deterioração aeróbia e melhora a estabilidade da massa.
Considerando 20 hectares produzindo 800 toneladas de silagem, a diferença equivale a 128 toneladas adicionais aproveitadas com o uso de silo-bolsa. Ao custo de R$ 250,00 por tonelada, isso representa um ganho estimado de R$ 32.000,00.
A energia vale ouro: processamento de grãos
Além da silagem de qualidade, a porção energética-proteica das dietas é determinante no confinamento. Em 2025, a média de inclusão de concentrados nas propriedades mapeadas pelo Confina Brasil foi de 79,3%. Considerando que, excluindo a reposição, as despesas nutricionais representam 60% a 70% do custo diário de um bovino confinado, a busca por maior eficiência alimentar é inevitável.
O milho continua sendo a principal fonte de energia. Porém, como toda commodity, sua volatilidade reforça a necessidade de estratégias que aumentem o aproveitamento nutricional e reduzam o custo por arroba produzida.
Entre essas estratégias, cresce o uso da ensilagem de grãos úmidos e reidratados, que proporciona maior digestibilidade do amido e melhor eficiência energética, além de permitir antecipar a colheita e liberar a área agrícola mais cedo.
Assim como na silagem tradicional, bons resultados dependem de armazenamento e conservação corretos.
Segundo a expedição, entre os alimentos estocados em silo-bolsa, grãos úmidos e reidratados lideram com 43,5% das respostas, seguidos pelo milho seco (28,3%) e o sorgo grão (13,0%).
O silo-bolsa é uma bolsa flexível de polietileno que permite armazenar grãos secos, silagens e coprodutos, sendo adotado como alternativa aos silos estáticos.
Mas como esse sistema funciona?
Para viabilizar o uso do silo-bolsa, entram em cena dois equipamentos fundamentais:
• Embolsadoras, responsáveis por compactar e inserir os alimentos na bolsa.
• Extratoras, que realizam a retirada do alimento no momento do uso.
A linha Ingrain, da Marcher Brasil, por exemplo, foi desenvolvida para quebrar e compactar grãos úmidos, reidratados ou secos, realizando o enchimento do silo-bolsa. O sistema permite ainda a aplicação de inoculantes, melhorando a fermentação, reduzindo perdas e elevando a qualidade nutricional do insumo. A linha Outgrain complementa o processo com a retirada eficiente dos grãos armazenados.
A pecuária sempre em frente: tecnologia e produtividade no campo
O avanço da pecuária depende da integração entre produtores, técnicos e pesquisadores para transformar conhecimento em soluções práticas. É com esse propósito que o Confina Brasil e seus parceiros atuam.
As informações coletadas durante as expedições auxiliam na compreensão do cenário nacional e servem de base para aprimorar tecnologias e serviços desenvolvidos para atender produtores de diferentes realidades.
Para a Marcher Brasil, o futuro da pecuária está na união entre inovação contínua, uso inteligente de recursos e decisões embasadas em conhecimento técnico. Ao investir em tecnologia e proximidade com o campo, a empresa reforça seu compromisso com o desenvolvimento sustentável e o fortalecimento de toda a cadeia produtiva.
Essa sinergia entre campo e indústria entrega soluções que transformam o manejo, reduzem perdas e contribuem para a rentabilidade da atividade. Assim, seguimos construindo uma pecuária mais moderna, eficiente e conectada ao futuro: sempre em frente!
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