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Confinamentos goianos apostam em inovações tecnológicas e práticas ESG

Conheça as inovações que estão transformando o setor e as estratégias dos pecuaristas goianos para se manterem competitivos
confinamentos goianos

A pesquisa expedicionária Confina Brasil iniciou sua terceira rota na primeira semana de agosto visitando confinamentos de gado de corte em Goiás, estado onde se encontram muitas das maiores e mais reconhecidas propriedades do país.

Os especialistas da Scot Consultoria, responsáveis pelo projeto, perceberam que, independentemente do porte da fazenda visitada, a busca pela eficiência operacional e a terminação do gado com qualidade são pontos em comum entre elas. 

Parecida também é a busca dos pecuaristas do estado pela implementação de diferentes práticas ESG em busca da perenidade e lucro.

Inovações tecnológicas e eficiência operacional

Os grandes confinamentos, como a Agropecuária Grande Lago e a Fazenda Conforto, com capacidade estática em torno de 70.000 cabeças de gado, por operarem em uma escala maior, conseguem investir em tecnologias que podem melhorar ainda mais a eficiência da gestão.

Ambas contam com floculadores de milho, por exemplo. Trata-se de um equipamento que transforma o milho em flocos, aumentando a disponibilidade de amido para os bovinos. “Isso melhora muito a digestibilidade, chegando em até 98%, o que é um índice muito alto. Os produtores conseguem baratear o custo da dieta com esse processamento, pois acabam precisando de menos milho por animal”, explica a equipe do Confina Brasil.

Depois de peneirado, o milho passa por um processo de cozimento. Após cozidos, os grãos são laminados, o que dissolve a camada protetora que envolve os grânulos de amido. Sem a casca, amplia-se a superfície de contato do grão, facilitando o ataque microbiano e, consequentemente, a melhor digestão quando esse amido estiver no rúmen.

milho floculado
Foto por: Bela Magrela

Investimentos em maquinários como esse são elevados, podendo não compensar para confinadores com capacidade estática menores. Para aqueles que operam em escala maior, entretanto,  o retorno sobre o investimento é muito mais rápido. 

Confinamentos como Fazenda Garrafão, Maravilha do Araguaia, Agropecuária Landi, Bandeirantes, Kiko’s Ranch e Diamante 3, com menor capacidade estática, fazem uso de diferentes estratégias para alcançarem seus altos níveis de eficiência e terminação do gado. 

Localizada em Aruanã-GO, a Fazenda Garrafão, por exemplo, tem como uma de suas estratégias investir no armazenamento de grãos, ampliando recentemente a capacidade de dois para cinco silos.

Com estrutura maior, os proprietários garantem renda extra com o armazenamento de grãos de terceiros e ainda diminuem seus custos com o frete da soja, que antigamente era trazida de outras localidades.

Outra estratégia da Garrafão é apostar na ILP, aproveitando todas as janelas de plantio possíveis, plantando soja na safra e depois capim. Quando há uma segunda janela, plantam milho. Quando não há espaço para o milho, plantam sorgo. Se não tiver opção para o milho ou sorgo, plantam, então, o capim.

Na Fazenda Bandeirantes, de Nova Crixás – GO, a estratégia dos gestores foi apostar em uma fábrica de ração automatizada, sistema de automação de trato e silos trincheira cimentados, além de currais de manejo antiestresse, otimizando a eficiência e garantindo o bem-estar animal. Na administração, a gestão da fazenda foca em projetar e travar os custos de produção antecipadamente, garantindo estabilidade financeira e mitigando riscos de mercado. Essa estratégia permite uma operação mais segura e previsível, mesmo em cenários econômicos desafiadores. O que foi visto em todos os confinamentos visitados em Goiás são os investimentos em tecnologia. Compra de drones para a contagem e rastreamento do gado, automação das fábricas de ração e investimentos em softwares de gestão são alguns dos exemplos.

aspersão confinamento de gado
Foto por: Bela Magrela

Confinamentos de Goiás apostam em ações ESG

Também foram muitas as práticas ESG vistas pela equipe do Confina Brasil ao longo das visitas em Goiás.

O quesito ambiental se destacou fortemente, mas é semelhante ao que é visto em todo país: Integração Lavoura Pecuária (ILP), uso de biofertilizantes, eficiência no uso de água, tratamento de dejetos, placas solares, plantio de mudas nativas, recuperação de áreas de mananciais etc.

No quesito social, entretanto, chamaram atenção algumas ações, como na Fazenda Bandeirantes, que implementa um projeto de empregabilidade feminina, contratando esposas dos colaboradores para funções administrativas e operacionais, promovendo a inclusão e igualdade de gênero no ambiente de trabalho.

Na Kiko’s Ranch, localizada em Nova Crixás – GO, conhecida por seu estilo e decoração inspirada no velho oeste americano, o capricho se traduz não somente no visual da fazenda, mas também na preocupação com o bem-estar da equipe, nas moradias e benefícios que são oferecidos. Da mesma forma, a Grande Lago, se destaca pela grande importância que os gestores dão ao desenvolvimento das equipes de trabalho, oferecendo capacitação, controle do horário de trabalho, alimentação de qualidade, moradias adequadas e confortáveis.

Em questões de governança, os confinamentos se destacam pela rastreabilidade do gado, demonstrando transparência nas informações; no planejamento a médio e longo prazo de suas propriedades, para ampliar a discussão sobre a gestão com outros sócios ou parceiros das propriedades.

É o caso da Kiko’s Ranch, que investe na gestão de dados para realizar uma leitura em tempo real do gado. Através de softwares e aplicativos, os gestores conseguem acompanhar o desenvolvimento dos bovinos desde a compra até o abate. O sistema permite verificar as subdivisões, lotes e pastos, a quantidade de animais em cada pasto, média de peso dos bovinos e o peso individual. No histórico das leituras, é possível acompanhar a evolução das pesagens, data da compra, estoque de brincos e quais lotes estão prontos para entrar em confinamento. 

confina brasil
Foto por: Bela Magrela

Ao longo da semana, destacaram-se ações que demonstram o interesse que os pecuaristas visitados têm em manter a perenidade de suas atividades, atuando em questões sociais, ambientais e de governança, ao mesmo tempo que visam o lucro do negócio.

Em resumo, todas as fazendas enfrentam desafios econômicos, como a volatilidade dos preços de insumos e a pressão sobre o preço da arroba do boi. No entanto, a forma como cada propriedade lida com esses desafios varia.

As grandes fazendas, com maior capacidade de investimento, estão apostando em expandir suas operações e diversificar suas fontes de renda. Por outro lado, os confinamentos de médio porte focam na eficiência operacional e na redução de custos, investindo em melhorias incrementais e na qualidade do manejo para se manterem competitivos.

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